segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Catch The Wind

(Segure o Vento)

In the chilly hours and minutes,
Nas horas frias e minutos,

Of uncertainty, I want to be,
De incerteza,eu quero estar,

In the warm hold of your loving mind.
No calor seguro de sua mente amorosa.

To feel you all around me,
Sentir você a minha volta,

And to take your hand, along the sand,
E pegar sua mão, ao longo da areia,

Ah, but I may as well try and catch the wind.
Ah, mas eu posso também tentar e pegar o vento.


When sundown pales the sky,
Quando o pôr-do-sol empalidecer o céu,

I wanna hide a while, behind your smile,
Eu quero me esconder um instante, atrás do seu sorriso,

And everywhere I'd look, your eyes I'd find.
E todos que eu olharia, seus olhos eu encontraria.

For me to love you now,
Para eu te amar agora,

Would be the sweetest thing, 'twould make me sing,
Seria a coisa mais doce, me faria cantar,

Ah, but I may as well, try and catch the wind.
Ah, mas eu posso também, tentar e pegar o vento.

When rain has hung the leaves with tears,
Quando a chuva derrubou as folhas com lágrimas,

I want you near, to kill my fears
Eu quero você por perto, para matar os meus medos

To help me to leave all my blues behind.
Para me ajudar a deixar todas as tristezas para trás.

For standin' in your heart,
Ficar no seu coração,

Is where I want to be, and I long to be,
É onde eu quero estar, e muito tempo estar,

Ah, but I may as well, try and catch the wind.
Ah, mas eu posso também, tentar e pegar o vento.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Notícias

Li este poema há pouco e acho que reflete bem o meu momento.
Os telegramas chamam para a necessidade de olhar a si mesmo.
A casa é a alma, sedenta de purificação. De uma limpeza da "caixinha de telegramas".
Ou talvez a alma seja a cidade enigmática, que me chama diante da paralisia...
Ou talvez eu esteja mais uma vez divagando, com interpretações outras de um poema.


Notícias
Carlos Drummond de Andrade


Entre mim e os mortos há o mar
e os telegramas
Há anos que nenhum navio parte
nem chega. Mas sempre os telegramas
frios, duros, sem conforto.

Na praia, e sem poder sair.
Volto, os telegramas vêm comigo.
Não se calam, a casa é pequena
para um homem e tantas notícias.

Vejo-te no escuro, cidade enigmática.
Chamas com urgência, estou paralisado.
De ti para mim, apelos,
de mim para ti, silêncio.
Mas no escuro nos visitamos.

Escuto vocês todos, irmãos sombrios.
No pão, no couro, na superfície
macia das coisas sem raiva,
sinto vozes amigas, recados
furtivos, mensagens em código.

Os telegramas vieram no vento.
Quanto ao sertão, quanta renúncia atravessaram!
Todo homem sozinho devia fazer uma canoa
e remar para onde os telegramas estão chamando.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

O filho que eu quero ter

Confesso que não conhecia essa música.
Deve ser famosa, mas eu nunca a tinha ouvido.
Mas ela é tão tocante que foi impossível conter o choro.
Porque descreve bem o que é ser pai, te transporta a posição paternal numa linguagem simples e imensamente bela.
Não sei mexeu comigo pelo meu lado pai ainda latente (rsrs)... Mas acho que qualquer um se emociona.
A sonoridade também é simples, pelo menos no álbum "Vinicius/Toquinho". Voz, violão e piano. Mas é carregada de poesia e é extremamente cenográfica, por retratar a relaçao pai-filho do nascimento à morte.
Na verdade, não há morte, apenas a continuidade da vida.
Coloquei o link ao final da letra com um vídeo onde a canção pode ser apreciada. Ainda estou aprendendo a ter um blog. Peço perdão por eventuais falhas. Só não tem o acompanhamento do piano do original. Mas já serve.


O Filho Que Eu Quero Ter

Composição: Toquinho/ Vinicius de Moraes

É comum a gente sonhar, eu sei, quando vem o entardecer
Pois eu também dei de sonhar um sonho lindo de morrer
Vejo um berço e nele eu me debruçar com o pranto a me correr
E assim chorando acalentar o filho que eu quero ter
Dorme, meu pequenininho, dorme que a noite já vem
Teu pai está muito sozinho de tanto amor que ele tem


De repente eu vejo se transformar num menino igual à mim
Que vem correndo me beijar quando eu chegar lá de onde eu vim
Um menino sempre a me perguntar um porque que não tem fim
Um filho a quem só queira bem e a quem só diga que sim
Dorme menino levado, dorme que a vida já vem
Teu pai está muito cansado de tanta dor que ele tem


Quando a vida enfim me quiser levar pelo tanto que me deu
Sentir-lhe a barba me roçar no derradeiro beijo seu
E ao sentir também sua mão vedar meu olhar dos olhos seus
Ouvir-lhe a voz a me embalar num acalanto de adeus
Dorme meu pai sem cuidado, dorme que ao entardecer
Teu filho sonha acordado, com o filho que ele quer Ter.




Encerro a semana Vinícius de Moraes... hehehe

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Fogo sobre Terra

Fogo sobre Terra

(Vinicius de Moraes)


A gente às vezes tem vontade de ser
Um rio cheio pra poder transbordar
Uma explosão capaz de tudo romper
Um vendaval capaz de tudo arrasar

Mas outras vezes tem vontade de ter
Um canto escuro onde poder se ocultar
Um labirinto onde poder se perder
E onde poder fazer o tempo parar

Oh, dor de saber que na vida
É melhor de saída
Ser um bom perdedor
Amor, minha fonte perdida
Vem curar a ferida
De mais um sonhador

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Vazio

Falta...
Falta alguma coisa.
Falta o cheiro das manhãs e a voz.
“Bom dia!”

Falta...
Falta o calor nos ombros e a respiração.
Suspiro.

Falta...
Falta a mão, mesmo que suada, na minha.
Completa.

Falta...
Falta o ouvido às minhas divagações.
Meus devaneios.

Falta...
A cadeira fica vazia na mesa.
Ao meu lado.

Falta...
A volta do trabalho, um caminhar sozinho.
Tristeza.

Falta...
No mercado, poucas sacolas.
Ninguém a esperar.

Falta...
A conversa, as histórias.
A sensibilidade.

Falta...
No sofá , a mesma chatice.
Tv desligada, sem colo.

Falta..
A noite é vazia, sem gosto.
Sem cheiro.
Um vazio.

Volta!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Coração, bate forte!

-João do céu! O teu pai está com os nervos à flor da pele hoje!

-Nossa! Por quê?

-Acho que é por causa da Dressa. Você vai ter que dar muitos conselhos, pro bem dele.

-Mas o que está acontecendo?

-Ele tem lembrado muito dela. Acho que está preocupado também com o cateterismo, pelo que percebi. Está ansioso. Mas vai dar tudo certo e logo ele vai se acalmar.

É , Pai, conselhos eu não sei se tenho pra te dar. Muitas vezes a palavra me foge. Vem o nó na garganta, que logo denuncia que não sei bem o que fazer.
Você sempre fala as coisas. Não fica pensando no que dizer. O teu conselho é incisivo. É daqueles dados com a certeza de quem ama e quer o bem. Vem do coração.
Eu, na tua presença, até falo alguma coisa. Mas o que digo fica muito pequeno diante da nobreza e da grandeza de teus sentimentos. O que poderia dizer eu para uma pessoa que dedica toda sua vida a mulher e filhos? Eu posso tentar imaginar o que é isso, mas, no fundo, eu não sei.
Sentimento não é para se esconder, não é para guardar ou para segurar.
Por isso, Pai, só peço para que você não deixe que os sentimentos te afoguem, te apertem. Eles parecem querer transbordar. Mas evite deixá-los explodir, por mais difícil que seja em alguém que ama tanto.
Porque o que mais quero é que o coração continue batendo forte.

Outro texto sobre pai e inspiração:
http://tatilazz.blogspot.com/2009/11/desaniversario.html