terça-feira, 22 de junho de 2010

Mergulho musical

Há certas músicas que parecem tão nossas... E nem se sabe o motivo. Não adianta tentar explicar, porque basta que ela toque e uma sensação estranha, um sentimento intenso vai preenchendo a alma, sem explicação. Comigo, há aquelas que tocam em alguns momentos. Deixei os deveres da vida (que me gritavam) de lado e me peguei ouvindo hoje "The Division Bell", do Pink Floyd. É meu grupo de rock favorito, mas tinha dado um tempo. No entanto, voltei a ouvi-lo e tirei esse álbum dos arquivos.
Bem, poderia dizer que "Wearing the inside out" talvez fosse a minha canção agora. Essencialmente introspectiva, é própria de quem está saindo de suas sombras. Você mergulha, mergulha, e depois busca a luz com todas as forças. O mar é você mesmo.

Mas quando falo da sensação estranha no início do texto, não é dessa música que falo. É de "Poles Apart". É simplesmente linda! Arrepia fácil. Transborda! Não tenho vergonha em dizer que dá vontade de chorar, não de tristeza, mas de emoção. E nem preciso fechar os olhos para sentir tudo isso. Inexplicável...

Pra saber do que estou falando, confira, com vídeo, letra original, tradução e tudo o mais. Poderia escrever, escrever, mas qualquer adjetivação é limitada:



Poles Apart

Did you know...
It was all going to go so wrong for you
And did you see it was all going to be
So right for me
Why did we tell you then
You were always the golden boy then
And that you'd never lose that light in your eyes

Hey you...
Did you ever realise what you'd become
And did you see
That it wasn't only me you were running from
Did you know all the time
But it never bothered you anyway
Leading the blind
While I stared out the steel in your eyes

The rain fell slow
Down on all the roofs of uncertainty
I thought of you and the years
And all the sadness fell away from me
And did you know...

I never thought that you'd lose
That light in your eyes


Extremos Opostos

Você sabia...
Que tudo daria mal para você (?)
E você viu que tudo iria
Tão bem para mim (?)
Porque dissemos a você então (?)
Você sempre fora o garoto-de-ouro naqueles tempos
E você nunca perderia aquele brilho no olhar

Ei você...
Você já conseguiu perceber o que você tornou (?)
E você viu
Que não era só de mim que você fugia (?)
Você sabia o tempo todo
E isso nunca te incomodou (?)
Liderando os tolos
Enquanto eu observava a frieza em seus olhos

A chuva caiu lenta
Abaixo nos telhados da incerteza
Eu pensei sobre você e todos os anos
E toda a tristeza caiu sobre mim
E você sabia... (que)

Eu nunca pensei que você perderia
Aquele brilho no olhar (?)


Obs.: Quem quiser ouvir todo o disco, é facinho achar na rede. Não vão se arrepender.
Obs. 2: Foi difícil achar um vídeo da música. Esse só tem a capa do álbum, mas isso é o que menos importa.

domingo, 20 de junho de 2010

Anjo

Se eu pudesse, mandaria um anjo ao lado das pessoas que mais amo. Esse anjo as acolheria entre os braços e lhes transmitiria todo o calor necessário, quando o frio chegasse. Se o choro viesse na angústia das noites da alma, ele limparia as lágrimas. Daria um abraço forte, inteiro, em que se une uma mão a outra. Depois, apertaria a cabeça sobre o peito pra fazer um cafuné, em gesto devagar com as mãos. Passaria os dedos entre os cabelos, até que viesse o sono, tranquilo, completo. Durante a noite, o anjo ficaria ao lado, pra certificar que não houvesse perturbação por qualquer ruído. Os sonhos seriam os mais belos, sem energias ruins, um mundo de amor entre as pessoas. E o anjo permaneceria ali, cobrindo com as mãos quentes de afeto. O despertar viria sob a beleza dos primeiros raios de sol do dia. E tudo teria passado, como se nada houvesse acontecido.

sábado, 19 de junho de 2010

Descalça

Menina descalça
Pontas dos dedos
A sentir o mundo
Sob os seus pés.
A grama fria
Logo esquenta
Em um grande calor
Que emana do ser
Vive a captar
A energia natural
De todas as coisas
E depois transmite
No fluído corporal
É suor a mostrar
Que vive plena!
Caminha ao vento
Em carícia com a terra
Dedos lisos e molhados
De frente para o vento
Encontram outros dedos
De alguém feliz
Em sentir o toque
Da ardente brasa
Na relva florida
onde emaranham pés
Origem dos corpos
unidos em pernas, troncos,
braços que se abraçam,
em sagrada dança.
Ah, menina descalça!
Que ainda caminha
No coração deste sonhador.